Quando uma página é criada na Web, independentemente de sua proposta, conteúdo ou objetivo, todos os criadores desses websites têm uma meta em comum: a geração de tráfego.
Tamanha obviedade é o que correlaciona à competitividade hoje existente, como se cada espaço dentro de uma página representasse uma placa publicitária em meio a Times Square, ou seja, estar entre as dez melhores posições faz toda a diferença.
No entanto, para conseguir o lugar ao sol dentro dos mecanismos de pesquisa é preciso se adequar aos parâmetros estabelecidos por quem presta esses serviços (Google, Yahoo, Bing e etc.), e a partir daí surgiu o termo Search Engine Optimization, conhecidos por aqui como “Otimização de Sites” e que conhecemos pela sigla SEO.
Embora tais meios sejam justos – pois privilegiam quem utiliza de boas práticas – com o tempo deram muita margem para que oportunistas agissem desonestamente.
Isto é, pessoas que encontram brechas para conseguir melhores posicionamentos através de macetes, que nada mais são que técnicas conhecidas como Black Hat.
As técnicas que englobam práticas Black Hat têm sido combatidas constantemente pelo Google, a empresa mais atuante ao combate contra a turma dos chapéus pretos, e as penalizações estabelecidas nos termos podem levar ao banimento definitivo dos mecanismos de busca, ou seja, além dessas estratégias não gerarem resultados genuínos, o prejuízo pode significar abrir mão de atuar na Web.
Mas como você, caro leitor, pode saber se tem utilizado de boas práticas SEO para atingir suas metas?
Acompanhe este artigo e aprenda sobre o que não deve ser feito ao lidar com a otimização de seu site!
Um pouco de história: o porquê do termo Black Hat
Muito se fala sobre Black Hat desde quando os crimes cibernéticos tomaram grandes proporções; afinal, vestir o chapéu preto pode significar muito mais que simplesmente “aprontar” com as grandes corporações, é como pular para o lado negro da força.
“O lado negro da força” lhe soa familiar?
Caso seja um fã de Star Wars, a resposta é desnecessária.
No entanto, mesmo que muito combine com a cultura de boa parte dos que trabalhem com tecnologia, o termo não foi originado da série.
O princípio de tudo isso vem do entretenimento em sua forma mais “rústica”, assim digamos.
Em tempos cujas cores eram somente três (preto, branco e cinza), sempre havia a cor que representasse o bom moço, o vilão e os neutros.
Como os clássicos do cinema Western eram lançados constantemente na época, os diretores começaram a seguir um padrão do qual os heróis usavam chapéus brancos e os vilões usavam chapéus negros; assim o que era apenas um mero detalhe se estendeu até o ponto que estamos abordando neste artigo.
Entendendo como as práticas são aplicadas
Assim como o Google, todos os outros sites de busca seguem normas e regras para estabelecerem o rankeamento, que nada mais é que o próprio posicionamento dos sites nos resultados de cada busca.
Tudo isso porque o principal objetivo dos buscadores é atender o usuário da melhor forma possível, fazendo com que as palavras-chave recebidas retornem exatamente o que ele procura, ou pelo menos se aproxime disso.
Para garantir o serviço mais eficiente possível, as empresas desenvolvem indexadores (popularmente conhecidos como robôs) que mensuram os dados e os colocam de acordo com os critérios adotados pelo algoritmo.
Em suma, os robôs são capazes de arbitrar todo o processo de rankeamento de forma justa e exata.
Incrível, não? Porém a vulnerabilidade acaba sendo inevitável num mundo onde sempre haverá quem queira ser mais esperto e ultrapassar barreiras.
Se porventura experimentarmos digitar “como burlar…” na barra de pesquisas, veremos que inúmeras sugestões de coisas a serem burladas aparecerão.
Da mesma forma que os buscadores agem indiretamente a favor do ‘burlying’ – sim, este termo acaba de ser criado – eles acabam sendo os maiores alvos dos vilões, sendo assim, cada vez que brechas são descobertas nos robôs, algumas técnicas que visam driblar quaisquer obstáculos são desenvolvidas.
Algumas das mais populares táticas e técnicas Black Hat
Doorway Pages
São páginas que se caracterizam por utilizarem de palavras-chave otimizadas somente para garantirem o bom posicionamento.
Quando a vítima acessa a página, ela é automaticamente redirecionada a outra página com conteúdos maliciosos.
Cloacking
É uma tática similar à citada anteriormente, porém, neste caso, o alvo direto não são os usuários, mas sim os robôs, ressaltados no terceiro tópico.
Os sites são otimizados para apresentarem aos indexadores um conteúdo diferente do que será apresentado ao usuário, ou seja, para os sites de busca é algo belo e para os usuários um transtorno; uma espécie de “bonitinha, mas ordinária”.
Link Wheels
Forma-se uma estrutura composta por um site principal – aquele que visa ser acessado – e outros sites criados somente para direcionarem o usuário ao site principal.
Por exemplo, cria-se o site principal (A), alguns sites com links que apontem para o principal (B), sites que apontem para B (C) e assim por diante.
Com isso, o tráfego gerado sempre será constante de forma que o site principal seja eminente, o que muito pesa nos critérios do Google, fazendo com que o site principal sempre obtenha uma ótima posição no ranking.
Sneaky Redirects
A utilização dessa estratégia consiste em fazer com que os buscadores apontem que a página tenha determinado conteúdo, mas que o usuário se depare com outro bem diferente.
Há também casos em que um usuário de desktop é direcionado a uma página comum e o usuário mobile é redirecionado a uma página spam.
Link Farms
São websites cujo conteúdo nada mais é que links para outras páginas.
Unreleated Keywords
As palavras-chave utilizadas na otimização são de grande relevância, porém o conteúdo da página não é condizente.
Essas palavras-chave vão desde nomes de celebridades até memes/bordões da internet.
Identificar isso é muito simples, pois não precisa ler muito do conteúdo para ver que as palavras são simplesmente encaixadas no texto sem o menor sentido.
Muitas vezes elas são encontradas nos rodapés – e é muito fácil se deparar com isso, diga-se de passagem.
Penalizações por uso de Black Hat SEO
As penalidades que podem ser aplicadas pelo Google variam de peso, no entanto as punições geralmente implicam em queda de posições no ranking, redução de PageRank, redução do tráfego de busca orgânica (resultados ‘comuns’, no caso, os que se opõe aos links patrocinados) e restrição no posicionamento de novos conteúdos.
Além das punições há também a possibilidade de banimento.
Caso você tenha sofrido alguma punição que considere injusta, a única alternativa será a de otimizar o site com conteúdos de qualidade e atente-se às alterações que fizer, assim o Google removerá a página de sua lista negra, considerando que você não usa normalmente práticas Black Hat, visto que leva-se em conta o site como um todo.
Ou seja, se não há um numero significativo de irregularidades, o Google reconhece que foi um equívoco e volta atrás.
No mais, a única alternativa para reverter uma punição é procurando identificar os problemas e imediatamente corrigi-los.
Há alguma vantagem em vestir o chapéu preto?
Diante de tantas punições e ameaças que alguém pode sofrer por utilizar de tais práticas, por que esse alguém insistiria em usar técnicas de Black Hat?
Às vezes o objetivo pode ser o de alcançar um tráfego altíssimo por tempo bastante limitado – o que não deve vir ao caso.
Se analisarmos as principais técnicas, veremos que o máximo que se pode conseguir com a maioria delas é obter um tráfego de grande quantidade e de pouca – ou nenhuma – qualidade, visto que as vítimas não estão à procura do que você terá a oferecer, assim sendo nulas as chances de obter alguma conversão, até porque não haverá confiabilidade alguma do cliente perante a página.
E se não há confiabilidade, tenha a certeza de que o seu site será mal visto entre os usuários, passando a ser boicotado e, de quebra, ainda denunciado!
Mas com tantas técnicas vistas como proibidas, como um site pode obter bons resultados nos motores de busca?
A resposta para isso é simples! Através de otimizações que envolvam técnicas limpas e bem elaboradas, primeiramente evitando tirar proveito de quaisquer brechas do sistema, e então pensar em como você, no lugar do público alvo, gostaria de se deparar com sua própria página.
Uma página limpa? Funcional? Com conteúdos de alta qualidade e que sejam facilmente encontrados ao digitar boas palavras-chave?
Invista com afinco nesses detalhes, pois além do conteúdo em si, são os pequenos detalhes funcionais e visuais que tornarão o seu site impecável.
Pode parecer um trabalho árduo e que exige bastante aprendizado, mas não há quem se arrependa de ter seguido esse caminho.
Em outras palavras: vista o chapéu branco e incorpore um herói, pois nas histórias do faroeste são sempre eles os verdadeiros durões – ou Charles Bronson lhe deixa alguma dúvida?
E então? Preparado (a) para começar a plantar as primeiras sementes em seu site? Confira a nossa matéria com o guia do SEO.